sábado, 21 de julho de 2012

Zefinha


Ou Zefinha
Como eras tão querida
Ou Zefinha
Em toda aquela região
Dedicou a sua vida
Servindo a seu irmão

Com toda paciência que tinha
Nunca perdeu o equilíbrio não
Ela era lavadeira
E trabalhava de parteira
De domingo a segunda -feira
Não tinha descanso não
Trabalhava no roçado
Pegava até no machado
Para a lenha rachar


Nanuca  está com dor de menino
Manoelzinho vai lhe chamar
É na garupa de uma égua
Que vosmicê vai chegar lá
Com o seu cachimbo aceso
E com um terço na mão
A pedir para a Divina mãe
Sua mente iluminar

Em todos os festejos
Foi sempre solicitada
Quem cozinhasse igual  a ela
Era difícil encontrar
Foi criada por um casal na fazenda
Sua primeira experiência
Depois foi para o Pau-de-Umbigo
Pra cumprir o seu ofício

Tinha seis filhos para criar
Com seu belo companheiro
Titulado Zé Pretinho
Como bebia de domingo a segunda-feira
Nada fazia para ajudar
A coitada da Zefinha
Tinha mais que se virar

Trabalhou também na roça
Pra poder seus filhos criar
Fumando sempre o seu cachimbo
Para os mosquitos espantar
Também era muito amada
E muitos partos fazia
E todos que ela  amparava
Chamavam de mãe Zefinha

Obrigada! mãe Zefinha
Que por todos foi  amada
Até hoje não esqueço
Dos socorro que nos dava
Preta velha inteligente
A minha mãe sempre falava
Soube educar os seus filhos
Com amor e afeição.

Como eu ainda lembro
Do forró que teve em Pedras
A Zefinha tão alegre
Começou a xotear no salão
Foi ai que aconteceu
E uma dor tão forte
Sufocou seu coração

Adeus! momento final
A festa se acabou
A alegria que havia
Agora transforma-se em dor
A nossa querida Zefinha
Saudades a todos deixou.


Autoria de Jozino Carlos de Andrade Santos
Transcrito por sua esposa Jorgedina

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